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06 novembro 2018

Estrelas além do tempo

Estrelas além do tempo não foi uma leitura muito fluida devido eu não ser da área de engenharia, física e matemática. 


Com um inesgotável estudo/pesquisa, a autora não poupou dados e informações técnicas frutos de sua investigação. Ao ler algumas resenhas no Skoob encontrei vários comentários de pessoas brancas insatisfeitas, alegando que um livro que conta a trajetória de algumas profissionais da Matemáticas fale muito de matemática(Risos).


 Mas não é a matemática que causa inquietude na branquitude. A autora revela o submundo da segregação racial nos Estados Unidos na época quando segregar era oficial.

Através de medidas afirmativas reivindicadas por Phillip Randolph presidente do maior sindicato negro onde exigiam abrir vagas de trabalho lucrativas, as mulheres negras conseguiram o emprego no laboratório Aeronáutico Langley Memorial.

Com essa leitura eu ampliei o meu olhar em relação a diáspora negra. Nascer em um país colonizador fez com que de forma muito relutante, os racistas da era Jim Crow tivessem que abrir espaço para mulheres geniais de raça negra, principalmente após elas comprovarem todo o seu talento. Nascer em um país colonizado faz com que “donos” de fazenda deixe o pasto secar, o gado morrer mas é inadmissível empregar a comunidade negra com condições de trabalho adequados, e para isso usam o estado e a religião cristã para justificar.

O homem negro quando inserido na engenharia aeroespacial sofre com o racismo mas tem ao seu lado o sexismo e o machismo.

Ao ler esse livro e ver que mulheres geniais, com provável QI absurdamente elevado são tolhidas de desempenhar suas genialidades me veio em mente, quantas Carolinas Maria de Jesus temos espalhadas no Brasil morrendo de fome e violência urbana.


A segregação forçou a comunidade negra se unir pois fora de seus espaços eles não eram aceitos de forma alguma. Clubes, grupos de igreja, escolas, bairros, restaurantes... toda uma vida social é organizada pelos negros para servir a comunidade negra. O estado, lógico, da as costas e não da nenhum tipo de apoio à essas comunidades. Chegam a fechar escolas para propositalmente não dar oportunidade de estudo a comunidade negra.


Os americanos não tem receio de falar em colorismo e no livro é destacado que as mulheres negras são de pele clara, o que com certeza de alguma forma possa ter “facilitado” o crescimento delas. Uma das mulheres de pele clara foi confundida com uma mulher branca que é um privilégio.

***ei vc de pele clara: mostrar foto do avô, da mãe, do tio pra provar que é negro É PRIVILÉGIO! Não de façam de bobos.

A era Jim Crow, o caso Brow, Martin Luther King, a personagem Nyota Uhura do star Trek são vários links de estudos que o livro nos proporciona.

Mulheres fantásticas, geniais  que ajudaram o homem ir a lua porem a mídia mostrou homens brancos no laboratório espacial durante a transmissão me faz lembrar de dona Ivone Lara ícone da luta da humanização da Saúde mental mas a imagem que aparece é da médica branca.

Não é simplesmente sobre matemática, mas sobre racismo, branquitude e segregação.

Temos que conhecer a nossa história.

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