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11 março 2020

A paz dura pouco

Do jeito que eu gosto!

O romance se passa no ano de 1956 na Nigéria. Inicia-se com o protagonista em um tribunal. 
Obi Okonkwo é um jovem lindo, inteligente, vinte e poucos anos, de família cristã, tinha um irmão mais novo que ele pagava os estudos e algumas irmãs casadas.  De família simples.  

Devido a tradição Africana onde todos se unem em pró dos seus, obteve ajuda da sua comunidade para estudar na Inglaterra. A tradição era de contribuir não só com a parte financeira, mas com toda a logística em outras cidades, roupas, alimentos e principalmente bênçãos. 

Estudar na terra dos brancos significa um alavancar de vida. O livro deixa entendível que não era uma prática numerosa e nem uma obsessão, mas sim oportunidade de o aprender a língua do colonizar e estudar na terra dele, mas com o propósito de retornar pra casa onde se ocuparia um cargo público com boa remuneração e oportunidade para ajudar a família. O salário de um mês de um funcionário do governo poderia equivaler a um ano de rendimento de um morador local. A desigualdade social denunciada nesse livro me faz lembrar o Brasil de HOJE, um dos países mais desiguais do mundo. 

Deixar um filho terra cruzar o oceano não é uma decisão muito fácil. Há medos! Medo de que o filho se case com uma mulher branca, medo de que não retorne a sua terra, medo de que volte totalmente absorvido pela cultura do branco. 

O enredo é sensacional, passeia pelas suas relações familiares, amizade e romântica. Seu par, a Clara, tem grande mistério (pesquisei e fiquei curiosa se ainda se mantém).

A força e sofrimento da mulher negra é pautada na história. Ta osso pro nosso lado!

A família, pai e mãe, seguem a religião católica dotada de um fanatismo que já vi exemplificado em outras histórias Nigerianas. E sim seu pai também tem um grande segredo.

Para os Nigerianos tudo era partilhado. Momento dor, doença, fartura, alegria. Em dado momento eu julguei com a minha realidade de vida e achei que havia intromissão demais. Mas logo me toquei que eu não tenho que achar nada. 

Com altos e baixos, com escolhas certas e erradas o livro caminha em turbilhão de emoção envolvendo problemas familiares, financeiros, morte, separação, crime...

A tradição Nigeriana é colocada em contraponto a cultura europeia. 

Há denuncia a corrução. 

E nós? Nós temos preço? Qual a hora de parar?


Romance de Chinua Achebe Chinua, romancista, poeta, crítico literário e um dos autores africanos mais conhecidos do século XX. Achebe escreveu cerca de 30 livros (romance, contos, ensaio e poesia), alguns dos quais retrataram a depreciação que o Ocidente faz sobre a cultura e a civilização africanas, bem como os efeitos da colonização do continente pelos europeus, mas também escreveu obras abertamente críticas à política nigeriana. (wikipedia)

Maldito capitalismo que não me deixa parar de sonhar com uma camisa da seleção da Nigeria 




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