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29 novembro 2019

Bob Rum “A história de um Silva”

Que eu sou fã de Marcelo Gularte todo mundo sabe. Dos inúmeros talentos do moço anseio testemunhar seus solos de flauta. 
Marcelo mais uma vez surpreende na direção do filme Bob Rum “A história de um Silva” que conta a linda trajetória do Bob Rum, um jovem branco, pobre, morador de Santa Cruz com uma família, pai, mãe e irmã que o cercava de amor e proteção dentro de sua simplicidade transformou a história musical do Rio de Janeiro

Quando muito jovem teve contato com a música, cruzou diferentes desdobramentos de até chegar no Funk. Uma história feliz e emocionante. Bob está aí pra contar sua história através da música e também pela sua autobiografia. Ele simplesmente é o compositor e cantor do hino atemporal do funk Era só mais um Silva. O hino dispensa apresentações. Só de ouvir a melodia a musica já nos transcende a um lugar de empatia ao trabalhador periférico que curte o funk.


Filhos e esposa orgulhosos de sua trajetória, porém relataram que sofrem preconceito ao falar que o pai/marido é funkeiro. Mas é assim que o racismo opera, não ao Bob mas ao movimento.

O funk assim como o samba, o candomblé, a capoeira e outras manifestações de PODER da população negra causa medo. Um movimento popular e de fácil alcance, construído e fundamentado pelo povo preto e que te eleva física espiritualmente tornando a comunidade mais forte, espiritualizada e com auto estima, da medo. O racismo é um sistema estrutural de dominação e eles (os racistas) a todo tempo tentam minar esse poder. Renan da Penha por exemplo, músico, líder popular, criador do ritmo 150 bpm que repaginou o funk, a forma de dançar funk, tem o encarceramento na sua trajetória como uma forma de intimidação e apagamento.


Durante o filme do Marcelo, ouvir o nome dos bailes funks da década de 90 faz a emoção subir, imagens do povo preto unidos em “mulão” extravasando toda sua energia. Os MCs das antigas. Quem não lembra do programa som na caixa? 
O meu ponto nostálgico mais forte foi a dança da bundinha. Eu e minha prima Claudia Marquesa somos as campeãs imbatíveis da dança da bundinha nas festas de família, as oconcur no estilo. 
Marcelo muito obrigada por esse seu trabalho que conserva a nossa memória. 
Meninas do meu tempo, o Bob Rum continua um pão 🥖 😍👀🥰

Roseane Correa


     

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