Nossa experiência dolorosa começa ainda na infância, relacionada a nossa estética. A “coleguinha” é quem diz: você é diferente, você é estranha.
Até então, nosso cabelo, tipo de algodão, cuidado com tanto carinho e zelo pelas nossas mães e avós com seus óleos de côco, sumo da babosa, as tranças com fitas. Momento de afago e cumplicidade. Sentar-se entre as pernas e sentir o toque e o manejo das mãos talentosas das que queriam nos ver belas.
Aí chega o momento: é curto demais, duro demais, feio demais, você lava? Isso não dói? ... então vem as toalhas para balançar, química, ferro quente... O nó fica preso na garganta por décadas.
Vamos crescendo com a adolescência e vida adulta e atropeladas pelo racismo. Seguimos resistindo.
Para nos ajudar a descolonizar e fortalecer temos livros, grupos de mulheres, vídeos e o TEATRO.
Teatro e a arte que mais me emociona. É ali na voz, no gesto, no movimento do corpo que a mensagem chega.
Fernanda Dias em seu texto me tocou profundamente. Com sua fala forte e marcante e de brinde ricas poesias de Conceição Evaristo.
O espetáculo nos faz rir, se emocionar e refletir. Saímos de fortes como um baobá. Que essa força chegue a mulheres negras e brancas, homens negros e brancos.
Assistam, se transformem, a hora e essa.
Acreditem: Não e só cabelo.
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